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BLOG DOS NONOS ANOS DA ESCOLA ESTADUAL CORONEL TONICO FRANCO

terça-feira, 12 de abril de 2011

POESIA - RUBEM ALVES
O tempo e as jabuticabas
'Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
 de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta
com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados,
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
O essencial faz a vida valer a pena.

Rubem Alves

segunda-feira, 11 de abril de 2011

ALUNOS QUE MAIS SE DESTACARAM DA PROVA MENSAL
 Março/2011

Ø      Adriele Silva Araújo – 9º ano “B”
Ø      Aline dos Santos Silva – 9º ano “B”
Ø      Diego Arantes Santos Borges – 9º ano “B”
Ø      Elisa Bárbara de Morais Alves – 9º ano “B”
Ø      Hyro Hyto Neves Kaminishi – 9º ano “B”
Ø      Taluana Leia Rodrigues – 9º ano “B”
Ø      Victor de Freitas Pereira – 9º ano “B”
Ø      Bruna Arantes Maia – 9º ano “C”
Ø      Rogério de Oliveira Mendes Filho – 9º ano “C”
Ø      Thalia Rissa Silva – 9º ano “C”

MATEMÁTICOS FEITICEIROS

Conta-se Rebière que o czar Ivan IV, apelidado o terrível, propôs, certa vez, um problema a um geômetra de sua corte. Tratava-se de determinar quantos tijolos seriam necessários à construção de um edifício regular, cujas dimensões eram indicadas. A resposta foi rápida e a construção feita veio, mais tarde, demonstrar a exatidão dos cálculos. Ivan, impressionado com esse fato, mandou queimar o matemático, persuadido de que, assim procedendo, livrava o povo russo de um feiticeiro perigoso.
François Viète – o fundador da álgebra Moderna – foi também acusado de cultivar a feitiçaria.
Eis como os historiadores narram esse curioso episódio:
“Durante as guerras civis na França, os espanhóis serviam-se, para correspondência secreta, de um código em que figura-se para correspondência secreta, de um código em que figuravam cerca de 600 símbolos diferentes, periodicamente permutados segundo certa regra que só os súditos mais íntimos de Felipe II conheciam. Tendo sido, porém, interceptado um despacho secreto da Espanha, Henrique IV, rei da França, resolveu entregar a sua decifração ao gênio maravilhoso de Viète. E o geômetra não só decifrou o documento apreendido como descobriu a palavra escrita no código espanhol. E dessa descoberta os franceses se utilizaram, com incalculável vantagem, durante dois anos.
Quando Filipe II soube que seus inimigos haviam descoberto o segredo do código tido até então como indecifrável, foi presa de grande espanto e rancor, apressando-se em levar ao papa Gregório XIII a denúncia de que os franceses, “contrariamente à pratica da fé cristã”, recorriam aos sortilégios diabólicos da feitiçaria, denúncia a que o sumo pontífice não deu a mínima atenção.
Não deixa, porém de ser curioso o fato de ter sido Viète – por causa de seu talento matemático – incluído entre os magos e feiticeiros de seu tempo.”

(Retirada do livro: MATEMÁTICA DIVERTIDA E CURIOSA – Prof. Júlio César de Melo e Souza – Malba Tahan - páginas 7 e 8)